A Procuradoria-Geral da República (PGR) volta a ficar muito mal na fotografia, tudo por conta de um comunicado da Procuradoria Provincial de Nampula, a acusar formalmente Momade Rassul Rahim, um empresário local, de crimes de branqueamento de capitais e enriquecimento ilícito.
O tal indivíduo acaba de ser restituído à liberdade mediante o pagamento de caução.
No referido comunicado que faz algum furor nas redes sociais, o Ministério Público menciona o nome do indiciado, apesar de este gozar do direito de presunção de inocência.
Gera estranheza, gozo e escárnio nos meios forenses que a PGR, no lugar de garantir a justiça e o cumprimento da lei, ser a primeira entidade a dar valentes pontapés na mesma.
A PGR afirmava no seu documento que “neste momento o arguido encontra-se em prisão preventiva e outras diligências estão sendo feitas com vista à formação de corpo delito e consequente responsabilização criminal do arguido”.
Quer dizer, as diligências para a formação do corpo de delito estavam sendo feitas
enquanto o suspeito aguardava nas celas pela sua conclusão…
Há muitos anos que a PGR andou num coro de choramingação pela obtenção de meios para o exercício da sua actividade. Foi bafejada por um sumptuoso edifício e acreditamos que no seu interior se encontrem meios modernos para a recolha de provas. Prender para investigar deve passar para o passado.
A PGR, como já aqui dissemos, tem muito trabalho e não precisa de andar a entreter a sociedade com comunicados disto e aquilo.
A PGR, como já aqui nos referimos, tem elementos bastantes para começar a confiscar os bens daquele grupo que em nosso nome colectivo e sem consulta, endividou o país e tramou a pátria.
A PGR, que leu na íntegra o relatório presenteado pela Kroll, deve ir atrás dos 500 milhões de dólares norte-americanos cujo destino não está explicado; deve ir atrás da rota do desvio de 713 milhões de dólares norte-americanos que foram “comidos” em esquemas de subfaturação das mercadorias e cerca de aproximadamente 200 milhões de dólares norte-americanos foram gastos em comissões pagas aos bancos e a outros agentes que intermediaram os empréstimos!!!!.
É isso que se espera desta
PGR. Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: PGR, até quando prender para investigar?
Luís Nhachote via correio de amanhã