O Presidente moçambicano questionou, durante uma visita a Nairobi, a exigência da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido de oposição, de governar seis províncias no centro e norte do país onde alega ter ganho nas últimas eleições gerais.
“Não é verdade que a Renamo ganhou seis províncias. Apenas teve mais votos relativamente a outros partidos”, afirmou Filipe Nyusi, citado hoje pela Agência de Informação de Moçambique (AIM),num encontro realizado na sexta-feira com a comunidade moçambicana em Nairobi, onde participa na Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África (Ticad).
Segundo o Presidente moçambicano, o maior partido de oposição aproveita-se da sua reivindicação para invadir hospitais e atacar e matar civis inocentes, “tudo isso porque o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, quer governar as seis províncias onde ele diz que ganhou as eleições”.
Esta exigência da Renamo é um dos quatro pontos da agenda das negociações de paz, que decorrem em Maputo, com a presença de mediação internacional, a par da cessação imediata dos confrontos, a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança e o desarmamento do braço armado da oposição.
Filipe Nyusi estabeleceu uma comparação entre eleições e futebol, observando que, “quando termina o campeonato, apenas uma equipa ganha e é essa mesma equipa que representa o país no mundo inteiro”.
A Renamo não reconhece os resultados das eleições gerais de 2014, alegando fraude, e exige governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio, ganho oficialmente pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e pelo seu candidato presidencial, Filipe Nyusi.
Segundo os resultados oficiais das presidenciais ocorridas naquele ano, Afonso Dhlakama venceu em Nampula, Tete, Zambézia, Manica e Sofala, mas não em Niassa, a sexta província onde exige governar.
Nas legislativas, a Renamo venceu em duas províncias (Zambézia e Sofala) e, para as assembleias provinciais, conquistou três (Zambézia, Tete e Sofala).
Fonte: AIM